Manutenção técnica

Águas negras: problemas e soluções!

A bordo de um barco, encontramos diferentes sistemas hídricos: em particular aquele das águas negras (provenientes das sanitas).

13 de abril de 2023

Fala-se demasiado pouco, mas as águas negras podem tornar-se um verdadeiro pesadelo. Tema delicado mas muito importante. Quem é fraco de estômago, não leia!

 

ATENÇÃO

A primeira coisa que devemos entender é que as casas-de-banho a bordo de um catamarã são dispositivos de desagregação e eliminação das águas negras. Como todos lhe dirão, quando se trata da sanita, é preferível prevenir que curar! Neste sentido, aconselhamos a seguir algumas regras para um uso apropriado.

Primeiro, deve-se prestar muito atenção ao que se deita na sanita. Deve-se deitar somente papel higiénico adequado. Depois, as sanitas devem ser limpas com produtos de limpeza ecológicos adequados. Devem ser evitados os produtos à base de acetona, tricloroetileno, e todos aqueles produtos que poderiam danificar as partes de borracha.

 

ENTENDER COMO FUNCIONA

Para uma manutenção regular do sistema, é importante entender como funciona.

Existem dois tipos de sanitas:

  • As sanitas manuais: uma bomba é necessária para a aspiração das águas negras.
  • As sanitas elétricas: é suficiente premir botões para ativar a entrada da água doce na sanita e para a aspiração das águas negras.

Em algumas áreas navegáveis do mundo, é desaconselhado e até proibido, descarregar no mar as águas negras. Existem duas maneiras de esvaziar as sanitas: utilizar uma empresa especializada do porto, ou deitar as águas negras no mar (quando é autorizado). De qualquer forma, neste segundo caso, para respeito de todos, é obrigatório esvaziar as águas negras em mar aberto, pelo menos a seis milhas da costa.

Na prática, quando se usa a descarga as águas negras são descartadas num tanque. Se as válvulas de esvaziamento estão fechadas, as águas negras permanecem nos tanques previstos para isso.

ALGUMAS SUGESTÕES

Alguns simples cuidados podem evitar uma maré negra:

  • Para evitar a oxidação das válvulas ligadas às sanitas é necessário abri-las e fechá-las (estão posicionadas debaixo do piso) pelo menos uma vez por mês.
  • Se você está em mar aberto, numa área onde o despejo das águas negras é autorizado: lavar o tanque o mais frequentemente possível e, depois, abrir as válvulas, encher o tanque com água doce (usando a tampa de enchimento no convés) e esvaziá-lo por meio dos passa-cascos. É aconselhável, tirar o barco da água uma vez por ano e limpar todos os passa-cascos.
  • Além disso, esvaziar o sistema se o barco está numa área geográfica onde é possível que as temperaturas desçam abaixo de zero, para evitar a formação de gelo nas tubulações. É desaconselhável usar anticongelante porque não é compatível com o sistema.
  • Enfim, a coisa mais importante, esvaziar o sistema antes de deixar o barco. Deverá também ser enxaguado com água doce (nunca com água de mar); no sistema pode permanecer somente água limpa. Se esta operação não for feita, as águas negras secarão, bloqueando as tubulações, danificando os tanques e o barco será invadido pelo mau cheiro.

 

No caso em que a sanita não descarrega, pode haver vários motivos: um elemento bloqueia o funcionamento do macerador, ou a bomba manual está bloqueada, ou, ainda, o passa-casco está entupido. Se desejar ocupar-se você mesmo do conserto, deve tomar algumas precauções, como fechar as válvulas das sanitas em questão e interromper o sistema hídrico para poder fazer os consertos em segurança.

Pode desmontar o macerador e, se necessário, o seu motor, para retirar o elemento que provoca o bloqueio. Se a sanita tem uma bomba manual, você pode desmontar a bomba.